A sala de aula invertida, também conhecida como flipped classroom, é considerada uma grande inovação no processo de aprendizagem. É uma abordagem pedagógica em que a instrução direta se move do espaço de aprendizagem do grupo para o espaço de aprendizagem individual e o espaço do grupo resultante é transformado em um ambiente de aprendizagem dinâmico e interativo onde o educador orienta os alunos quando aplicam conceitos e se engajam criativamente no assunto.
No formato de aula invertida, o professor grava vídeos de curta duração em que apresenta os conceitos fundamentais de um determinado conteúdo. Os alunos assistem às apresentações e realizam exercícios de fixação fora da sala e do período de aula.
Na aula seguinte, os estudantes usam os conceitos apresentados para solucionar problemas, debater conteúdos ou fazer atividade prática, com a ajuda do professor e de seus colegas.
Assim, o que é entendido como aula no esquema tradicional (a exposição de conceitos) transforma-se em “lição de casa”, e a resolução de questões para aprofundamento e sistematização, antes feita em casa, passa a ser a uma das atividades em sala de aula.
Reflita nos ganhos que esse método trará a você. Ganhos de produtividade e aproveitamento, além de uma maior colaboração entre os alunos e professores. No mundo em transformação digital, essa forma de aprendizagem demonstra aos envolvidos que podem usar as competências e conhecimentos adquiridos de forma colaborativa na resolução de problemas, que são fundamentais para inovar nas organizações.
O flipped classroom começou a ganhar forma em 2007 pelos professores norte-americanos Jonathan Bergman e Aaron Sams, que gravaram algumas apresentações para estudantes que haviam faltado à escola. Como as aulas estavam disponíveis na internet, outros alunos, de outras escolas, assistiram também. Isso chegou ao conhecimento de outros professores, que adotaram o método e passaram a gravar seus próprios vídeos.
A união de tecnologia educacional e atividades de aprendizagem nesse modelo permite que os alunos vejam as aulas no seu próprio ritmo, pausando para fazer anotações ou retrocedendo a gravação se não entenderem alguma explicação, por exemplo. Além disso, caso os vídeos estejam disponíveis em uma plataforma voltada ao aprendizado, como o portal da Mannix, eles podem interagir com colegas e professores. A sala de aula transforma-se em um ambiente realmente colaborativo, permitindo maior interação com o professor e também entre os alunos, favorecendo a apreensão do conteúdo e o engajamento dos estudantes no processo de aprendizagem.
A adoção da flipped classroom tem demonstrado bons resultados. Estudo realizado com alunos de primeiro ano em uma escola de ensino médio no estado de Michigan (EUA) mostrou que o método reduziu significativamente a reprovação em inglês (de mais de 50% para 19%) e matemática (de 44% para 13%), diminuindo também o número de problemas disciplinares.
Outra pesquisa realziada na Faculdade Focus (Flipped Classroom Trends: A Survey of College Faculty) tem os seguintes resultados:
A maioria dos professores que tiveram a experiência foi positiva para si (70,3%) e seus alunos (64,8%).
As principais razões para utilização incluem o desejo de aumentar o envolvimento dos alunos (79,3%) e melhorar a aprendizagem dos alunos (75,8%).
Três quartos dos entrevistados viram um maior envolvimento dos alunos (74,9%), enquanto pouco mais da metade percebeu evidências de melhoria do aprendizado do aluno (54,66%).
Mais de 80% disseram que os alunos são mais colaborativos e 76,61% disseram que fazem mais perguntas.
A Sophia e a Flipped Learning Network conduziram uma pesquisa on-line em fevereiro de 2014 que reuniu as respostas de 2.358 professores em dez dias, apresentaram alguns resultados:
96% dos professores que lançaram uma lição ou unidade recomendariam esse método a outros professores
A maioria dos ensinamentos invertidos ainda ocorre no ensino médio - no entanto, o número de professores do ensino fundamental e instrutores da faculdade aumentou nos últimos 2 anos. As instruções lançadas também foram expandidas em todas as áreas temáticas.
71%dos professores declararam melhores notas.
Na sala de aula invertida, o professor deixa de ser o grande detentor de conhecimento. Neste caso, ele passa a atuar mais como um mediador que orienta e guia o aluno em um processo de ensino. Os alunos, por sua vez, são ativos, visto que são eles que buscam a informação em um ambiente virtual de aprendizagem.
Mas inverter uma sala de aula é muito mais do que a simples distribuição de conteúdo com antecedência. Trata-se de uma abordagem abrangente que combina educação e novas tecnologias, priorizando princípios como pró-atividade, colaboração e aprendizagem contínua, entre outros. O uso de uma ferramenta para gerir o aprendizado individual é muito importante. Exemplo: você sabe quanto tempo o aluno se dedicou ao assunto? Quantas vezes ele precisou assistir o assunto? Quantas vezes ele fez uma lista de execícios e qual foi o aproveitamento do aluno nestes execícios.
O método da sala de aula invertida é um novo conceito que parece ter vindo para ficar e é cada vez mais usado por professores mundo afora. Que tal experimentar em sua aula?